imagem: rogério pinto

29.7.09

Jean Dubuffet



Fui neste último final de semana na Exposição de Jean Dubuffet no Instituto Tomie Ohtake, e por isso convido a todos, ou melhor convoco!!!!!! para partilharem dessa experiência com a obra fascinante de um artista extraordinário.Aqui a palavra extra-ordinário é precisa, pois Dubuffet foge da ordem da arte, do status do artista, dos maneirismos em geral. Ele está inteiro presente em seus trabalhos, as telas tem vida, força, expressividade. Me sentia admirando os desenhos de cavernas, mergulhando numa ancestralidade hunama, me reconhecendo como "homo sapiens-demens" (citando Leonardo Boff). Seus territórios de cor ganham corpo e em determinado momento de sua trajetória até se tridimensionalizam e são encenados em uma grande performance-espetáculo.

“Artista ímpar, cioso de sua singularidade, Jean Dubuffet pôs-se resolutamente à margem das correntes dominantes da arte contemporânea, ao rechaçar toda e qualquer herança e haurir em fontes outras, que não as da modernidade, os fluxos que conduzirão sua obra (...) o trabalho de Dubuffet deve igualmente ser considerado uma entidade autônoma, com seu ritmo próprio de evolução e suas propriedades constantes“, escreve Alfred Pacquement, diretor do Museu Nacional de Arte Moderna – Centre Georges Pompidou, em seu ensaio sobre o artista,
que fará parte do catálogo da exposição no Brasil.

Fiquei muito emocionada com a exposição, porque embora desejasse que tivesse mais obras (desejo frequente com relação a todas as coisas que eu gosto), cada uma delas te sugava para dentro de seu universo particular. MARAVILHOSO!!!!!!! IMPERDÍVEL!!!!!!
JEAN DUBUFFET
Quando: de terça a domingo, das 11h às 20h, até 7/9 Onde: Instituto Tomie Ohtake (r. Coropés, 88, tel. 0/xx/11/2245-1900)
Quanto: entrada franca

3.7.09

Desbloqueando a imaginação e a criatividade


Desbloqueando a imaginação e a criatividade

Coordenação: Daniela Pinoti e Marcelo Maluf

Objetivo:
A proposta é estimular a criatividade e a imaginação por meio de atividades plásticas e de escrita criativa, entre outras dinâmicas. O público participará de exercícios e dinâmicas de estímulo a produção criativa, a fim de desenvolver ao máximo a criatividade e a imaginação.

Metodologia:
O método de trabalho focará em exercícios prático e dinâmicas individuais e de grupo. Exercícios de imaginação e criatividade.

Público-alvo:
Professores, estudantes de arte, psicologia, publicidade, artistas, escritores e pessoas interessadas em desbloquear a imaginação e a criatividade.

Certificado:
Será conferido pela Universidade Cruzeiro do Sul e o Grupo Labmind como curso de extensão universitária.

Sobre os professores:

Daniela Pinotti é psicóloga, Mestre em artes visuais pela UNICAMP. Publicou o livro “Drogas: Prevenção e Tratamento – O que você queria saber e não tinha a quem perguntar” (Ed. CLA), indicado ao prêmio Jabuti na categoria de melhor livro de educação e psicologia em 2003. É professora convidada da PUC/Paraná. Escreveu o livro infanto-juvenil "Meu pai sabe voar" em parceria com Marcelo Maluf, com lançamento previsto para 2009 (FTD).

Marcelo Maluf é escritor, músico e professor. Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP. Autor das novelas infanto-juvenis: "Meu pai sabe voar" (FTD) em parceria com Daniela Pinoti, com lançamento previsto para 2009, "Jorge do Pântano que fica logo Ali"(2008) também pela FTD, o e-book: Construção, pela Mojo Books. Organizou a antologia de contos infanto-juvenis “Era uma vez para Sempre” (Terracota), tem contos publicados em antologias, sites e revistas. E é baterista da banda Performática, liderada pelo artista multimídia José Roberto Aguilar.

Quando:
Turma 1: sábado, 18 de Julho, das 9h às 13h
Turma 2: segunda, 20 de julho, das 18h30 às 22h30

Carga horária: 4h
Número de alunos por turma: mínimo de 10 alunos e máximo de 25.

Local do Curso: Espaço Cultural Terracota - Av. Lins de Vasconcelos, 1886 - Vila Mariana - São Paulo/SP
Investimento: 130 reais.
Alunos da Cruzeiro do Sul e aqueles que frequentaram as oficinas e palestras da Labmind têm 10% de desconto.


Dúvidas
11-2675-0549


6.5.09

Curso: Movimentos da Arte Moderna - História e Processos de Criação


Curso:
MOVIMENTOS DA ARTE MODERNA:
HISTÓRIA E PROCESSOS DE CRIAÇÃO

OBJETIVO:
O curso será uma introdução à história da Arte Moderna e seus processos de criação, por meio das teorias dos movimentos de vanguarda e de suas propostas criativas, dando ênfase aos aspectos estéticos e psicológicos da produção desses artistas.

METODOLOGIA:
O método de trabalho focará na história da arte e na teoria desses movimentos e destacará os seus principais artistas. Dinâmicas de criação, individuais e em grupos, ajudarão os alunos a compreenderem esses movimentos.

PÚBLICO ALVO:
Professores, estudantes de arte, pessoas interessadas em ampliar conhecimentos em artes visuais e história da arte.

CERTIFICADO: Será conferido pela Universidade Cruzeiro do Sul e o Grupo Labmind.

MÓDULOS: serão 4 encontros:
- O que é modernismo? As vanguardas.
- Pós-impressionismo e Expressionismo.
- Cubismo e Arte Abstrata.
- Dadaísmo e Surrealismo.
Professores:
Marcelo Maluf, é Mestre em Artes Visuais e graduado em Licenciatura plena em Artes Plásticas pela Unesp, escritor e músico.
Daniela Pinotti, é Mestre em Artes Visuais pela Unicamp, graduada em Psicologia pela PUC/SP, psicóloga clínica e escritora.

Início: Quartas-feiras. Das 19h às 22h
Duração: 4 semanas.
Início: 3 de junho
Carga horária: 12 horas
Local do Curso: Espaço Cultural Terracota - Avenida Lins de Vasconcelos, 1886 - São Paulo - SP. Inscrições e outras informações pelo Tel: 2645-0549 ou e-mail: labmind@labmind.com.br

Investimento total: R$150,00

28.4.09

Dica de curso sobre Arte Contemporânea

CURSO:
Capítulos da Arte Contemporânea
com Fabio Tremonte e Lais Myrrha - artistas.
Início: 06 de maio
Duração: 2 mesesDias: quartas-feiras, das 20h às 22hVagas: 15
Preço: R$ 200,00
Público: artistas, estudantes e interessados em artes.

O curso pretende discutir alguns eixos prático-teóricos recorrentes em parte da produção artística da atualidade. As discussões teóricas serão fomentadas por propostas práticas que comporão o processo de análise e debate acerca das obras. No primeiro capítulo abordaremos a pintura contemporânea e algumas possíveis interpenetrações entre arte, arquitetura e design. Trabalharemos com artistas como Matisse, Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Dan Flavin, Robert Morris, Daniel Pflumm, Gabriel Sierra, Carlos Garaicoa, Franz Ackermann, Liam Gillick, Francis Alÿs, On Kawara, Dóris Salcedo, Fábio Miguez, Laura Lima, Andy Warhol. Michel Majerus, Rubens Mano, Hélio Oiticica, Hector Zamora, Dan Graham, Marjetica Potrč, entre outros.
Maiores informações:
Espaço Éden: rua Lisboa, 285 - Pinheiros, São Paulo, SP. tel: (11) 3063-2299 - 7262-9971 (Alcione).

13.4.09

Aproximações: Caligrafia árabe e Jackson Pollock


Jackson Pollock, nas palavras de Barnett Newman tem uma “vontade ritualista”, e toda gestualidade de sua pintura – action painting – está carregada de uma mitologia pessoal e o desejo de um corpo a corpo com a pintura, de um ato de entrega total, um gesto que em si é a própria pintura e que, enfim, nos deixa um resultado visual lírico, monumental e por que não dizer, decorativo. Ou seja, não há o que ler na pintura de Pollock, não há nenhum símbolo, nenhuma narrativa, sua pintura é anti-dramática e anti-reflexiva. Porém, contemplativa e transcendente. As palavras do próprio artista nos ajudarão a compreender essa idéia: “Quando estou em minha pintura, não tenho consciência do que estou fazendo”.

Talvez aí resida a aproximação da pintura de Pollock com a arte da caligrafia árabe. Se o pintor trabalha com linhas e cores para conquistar o espaço da tela, os calígrafos escrevem/desenham com cores e linhas para conquistar, em sua intenção, o que há de contemplativo e transcendente nas palavras e versos sagrados do Alcorão. Há uma ação que quer atingir os sentidos do sensível pelo simbólico, seja através das palavras que significam (no caso do calígrafos) e são linhas para o ornamento, ou nas linhas e pinceladas, e cores (no caso dos pintores) onde se pode ler o não-dito, o símbolo sem o verbo da linguagem escrita. Também podemos perceber na caligrafia uma gestualidade e um lirismo decorativo e ornamental até, muitas vezes, perder-se a narrativa, e dizer o indizível. Necessidade interior de contemplar e transcender, tanto na caligrafia árabe quanto na pintura de ação de Pollock.

19.3.09

O Caleidoscópio de Flávio de Carvalho


Flávio de Carvalho - O artista total, de Rui Moreira Leite



Flávio de Carvalho (1899-1973) foi um visionário, um desbravador de caminhos. Múltiplo: expressionista, dadaísta, surrealista, artista conceitual (antes mesmo de o termo existir). Sempre na contracorrente. Na orelha do livro, assinada pelo também pioneiro e visionário artista Eduardo Kac, ele indaga: Um homem que viveu plenamente o seu tempo, ou um artista que desafiou as convenções do presente e criou o futuro da arte? E concluiu que Flávio foi ambos.
Mas aqui importa dizer que ao reunir todas essas características no presente livro, o autor Rui Moreira Leite nos revela a qualidade assombrosa da obra de Flávio de Carvalho e nos pede para olhá-la como num caleidoscópio: as diversas faces do artista formam uma imagem total num arranjo simétrico e cheio de beleza. Moreira Leite mergulha na obra de Flávio e nos entrega o resultado de um estudo sério, feito com rigor e, ao mesmo tempo, delicioso de se ler. Apresenta um panorama histórico e conceitual da obra do modernista. E vai do Flávio arquiteto, passando pelo pintor, desenhista, aquarelista, pelo artista dos eventos e das ações, como em Experiência no. 2, em 1931, ( ao caminhar com boné no sentido contrário a uma procissão de Corpus Christi), o que o artista chamou de experimento de psicologia das multidões, e continua: fala do Flávio agitador cultural, do escritor, do cenógrafo, do criador do teatro da experiência, do pesquisador (interessado em psicanálise e etnologia), do criador do traje de verão masculino. Enfim, a obra de Moreira Leite investiga o artista de maneira precisa; do ilustrador de periódicos em 1920 à figura central do meio artístico paulista em que Flávio se tornou nos anos seguintes.


Ainda é importante dizer que em meados de 1930, Flávio de Carvalho integrou o grupo antropofágico de Oswald de Andrade. Na década de 1960, foi procurado pelos artistas do Grupo Rex (Nelson Leirner, Wesley Duke Lee, entre outros), e pela geração da Tropicália. Não há como deixar de aproximar o artista carioca Hélio Oiticica de Flávio de Carvalho que, assim como ele, tinha ousadia e não-adequação aos padrões artísticos e institucionais vigentes. O legado de Flávio de Carvalho vai além, e chega até os nossos dias influenciando as manifestações artísticas contemporâneas, no que diz respeito à experimentação e a aproximação da relação arte e vida. Isso apenas para citar algumas das marcas deixadas por Flávio de Carvalho em nossa cultura.
Alguns dos seus projetos que propunham mudanças no comportamento da humanidade, como em suas Experiências, não chegaram a atingir objetivo transformador na consciência dos espectadores. No entanto, não há dúvida de que, como no poema “O artista Inconfessável”, do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto: “(...) entre fazer e não fazer/ mais vale o inútil do fazer./ Mas não, fazer para esquecer/ que é inútil: nunca o esquecer./” E, certamente, esta é uma das contribuições preciosas deste trabalho; o de trazer para o tempo presente a obra desse artista total e revelar que ela ainda está provocando e nos tirando do lugar comum.
O livro de Rui Moreira Leite deve ser saudado com entusiasmo, pois nos faz compreender que essa turbulência mental e criativa de Flávio de Carvalho e suas atitudes provocadoras criaram uma obra caleidoscópica, única, das mais importantes e influentes dentro da cultura brasileira, para o seu tempo e para os dias de hoje.