imagem: rogério pinto

28.4.09

Dica de curso sobre Arte Contemporânea

CURSO:
Capítulos da Arte Contemporânea
com Fabio Tremonte e Lais Myrrha - artistas.
Início: 06 de maio
Duração: 2 mesesDias: quartas-feiras, das 20h às 22hVagas: 15
Preço: R$ 200,00
Público: artistas, estudantes e interessados em artes.

O curso pretende discutir alguns eixos prático-teóricos recorrentes em parte da produção artística da atualidade. As discussões teóricas serão fomentadas por propostas práticas que comporão o processo de análise e debate acerca das obras. No primeiro capítulo abordaremos a pintura contemporânea e algumas possíveis interpenetrações entre arte, arquitetura e design. Trabalharemos com artistas como Matisse, Beatriz Milhazes, Adriana Varejão, Dan Flavin, Robert Morris, Daniel Pflumm, Gabriel Sierra, Carlos Garaicoa, Franz Ackermann, Liam Gillick, Francis Alÿs, On Kawara, Dóris Salcedo, Fábio Miguez, Laura Lima, Andy Warhol. Michel Majerus, Rubens Mano, Hélio Oiticica, Hector Zamora, Dan Graham, Marjetica Potrč, entre outros.
Maiores informações:
Espaço Éden: rua Lisboa, 285 - Pinheiros, São Paulo, SP. tel: (11) 3063-2299 - 7262-9971 (Alcione).

13.4.09

Aproximações: Caligrafia árabe e Jackson Pollock


Jackson Pollock, nas palavras de Barnett Newman tem uma “vontade ritualista”, e toda gestualidade de sua pintura – action painting – está carregada de uma mitologia pessoal e o desejo de um corpo a corpo com a pintura, de um ato de entrega total, um gesto que em si é a própria pintura e que, enfim, nos deixa um resultado visual lírico, monumental e por que não dizer, decorativo. Ou seja, não há o que ler na pintura de Pollock, não há nenhum símbolo, nenhuma narrativa, sua pintura é anti-dramática e anti-reflexiva. Porém, contemplativa e transcendente. As palavras do próprio artista nos ajudarão a compreender essa idéia: “Quando estou em minha pintura, não tenho consciência do que estou fazendo”.

Talvez aí resida a aproximação da pintura de Pollock com a arte da caligrafia árabe. Se o pintor trabalha com linhas e cores para conquistar o espaço da tela, os calígrafos escrevem/desenham com cores e linhas para conquistar, em sua intenção, o que há de contemplativo e transcendente nas palavras e versos sagrados do Alcorão. Há uma ação que quer atingir os sentidos do sensível pelo simbólico, seja através das palavras que significam (no caso do calígrafos) e são linhas para o ornamento, ou nas linhas e pinceladas, e cores (no caso dos pintores) onde se pode ler o não-dito, o símbolo sem o verbo da linguagem escrita. Também podemos perceber na caligrafia uma gestualidade e um lirismo decorativo e ornamental até, muitas vezes, perder-se a narrativa, e dizer o indizível. Necessidade interior de contemplar e transcender, tanto na caligrafia árabe quanto na pintura de ação de Pollock.